Agradeço pela minha família
Lembro de minha infãncia sofrida onde tudo acontecia com muita dificuldade...lembro da partilha do pão, quando tinha, lembro de minha mãe de joelhos pedindo todos os dias pelo bom desempenho e sucesso de seus filhos.Éramos seis, parece nome de novela, mas de uma família de oito irmãos sobraram seis, dois viraram anjinhos muito cedo...era assim que nossa mãe dizia e desta forma parecia suave aos nossos ouvidos,aliviando a dor da perda.Meu pai sempre muito preocupado com o trabalho, aliás era a única coisa que o motivava:trabalho, trabalho, trabalho...lazer?para que?não conhecíamos esta suposta parada...vivíamos de uma forma extremamente humilde, apenas contemplávamos o nascer e o por do sol todos os dias sem expectativas diferentes, tudo parecia muito normal e o nosso mundinho não nos permitia enxergar muito além daquilo que nos cercava, mas...iríamos despertar um dia...O esforço de nossa adorável mãe em nos manter na escola seria sem dúvidas recompensado.O universo retribui carinhosamente o fruto da semente que plantamos.Não ficaríamos para sempre isolados na mesmice a qual fomos submetidos, aprenderíamos a sonhar, a buscar novos horizontes.Muito embora aquela vidinha simples nos privasse de crescer, no fundo éramos felizes, do nosso jeito, hoje eu sei...sinto falta do feijão na panela de barro, feito no fogão de lenha, o café no bule, o banho de rio...enfim, sou muito grata a Deus pelos momentos de minha infãncia onde não nos preocupávamos com a janela aberta, dormíamos e acordávamos com o vento soprando no rosto pois nada havia que tirasse nossa paz.
